PM ocupa Rocinha e Vidigal para instalar as UPPs

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(Imagem: Foto divulgação)

A Polícia Militar da capital carioca confirmou neste domingo (13) o total domínio da Rocinha, após uma intervenção, a qual foi iniciada na madrugada com a ajuda de blindados da Marinha, e mais, sem disparar um único tiro.

Além disso, as tropas também tomaram as favelas próximas ao Vigidal, nas quais habitam 11.000 pessoas, e a Chácara do Céu, um pouco menor e cuja pacificação não havia sido divulgada. “Tenho o prazer de informar que a Rocinha e o Vidigal estão em nosso poder. Não houve nenhum incidente, nem um tiro disparado. Não temos informações sobre detidos ou material apreendido”, disse Alberto Pinheiro Neto, chefe do Estado-Maior da PM, em coletiva de imprensa.

Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro parabenizou os corpos de segurança e advertu que informou à presidente Dilma Rousseff sobre o sucesso da intervenção. “Estamos resgatando esta população que precisa de paz para criar seus filhos em paz, pessoas que querem viver com dignidade e qualquer acesso à vida digna passa pela paz”, advertiu o governador.

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A PM apreendeu 13 fuzis, munições, miras telescópicas, uma granada, a uma abundância de maconha. Um indivíduo foi preso, apesar de não estar relacionado com os traficantes, os quais a corporação continua procurando na comunidade. “A vitória que o cidadão carioca teve hoje foi a libertação dessas pessoas, esse era o objetivo. Armas, drogas, munições, pessoas (procuradas) são importantes, mas devolver o território a quem não o possuía há 30 anos não é coisa pouca”, afirmou José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Rio.

Imagem: O Dia

A operação, foi iniciada por volta das 04h10 quando patrulheiros do BOPE e do batalhão de Operações de Choque entraram pelos acessos da favela, acompanhados pelos blindados e por helicópteros. As ruas ainda estavam desertas quando os policiais entraram. Ao final da intervenção, os moradores mostravam bandeiras brancas, enquanto que no Vigidal, foi implantada uma bandeira brasileira, como símbolo da recuperação do território.

“A chegada da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) vai ser positiva para as novas gerações para dar fim ao tráfico de drogas. Quero que meus filhos não tenham contato com o tráfico, é uma maravilha”, afirmou à AFP, Carlos Alberto, de 51 anos, vizinho da Rocinha, que, ao contrário da maior parte, resolveu falar com os repórteres.

No entanto, nem todos festejaram a atuação. Um grupo de mulheres chorava à medida que a tripulação avançava pelas ruas da favela, segundo jornalistas da AFP. “Esperamos que a pacificação não seja apenas tirar os traficantes de droga, e sim que traga saneamento, educação, saúde e moradia”, declarou à AFP o imobiliário de 56 anos, Raimundo Benício de Sousa.

Imagem: Estadão

De acordo com Raimundo, no bairro “há gente vivendo em meio a baratas, urinando e defecando numa lata”, e por isso acha que “a pacificação tem que ter essa gente como prioridade”. “Queremos que as pessoas sejam tratadas como dignidade, com respeito, que os que cometeram crimes vão presos, mas não sejam assassinados pela polícia”, afirmou William de Oliveira presidente do Movimento Popular de Favelas.

Os policiais calculam que 200 traficantes ainda continuam dentro da favela, após a prisão nesta semana do chéfe do tráfico, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, quando tentava escapar dentro de um porta malas de um veículo, unido a diversos cúmplices e agentes desmoralizados que os protegiam.

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