Os escorpiões são muito temidos e povoam os pesadelos de muitas pessoas. Segundo dados do Ministério da Saúde, anualmente, acontecem cerca de oito mil acidentes no Brasil envolvendo esses animais, sendo que 50% de todos os casos registrados acontecem nos estados de Minas Gerais e São Paulo, especialmente nos meses em que o clima é mais úmido e quente.
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Nos últimos tempos foi possível observar um aumento agressivo no número de casos no Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e Bahia, mostrando que todo cuidado é pouco e que qualquer um está susceptível a sofrer esses acidentes.
A picada do escorpião
Por ser um animal pequeno e que não possui grande capacidade de escalar, a maioria das picadas atingem, principalmente, os membros superiores, pois as pessoas acabam sendo picadas ao manipularem objetos. 65% dos acidentes envolvem as mãos e o antebraço.
Por sorte, o índice de mortalidade do escorpião não é muito alto, atingindo cerca de 0,58% dos casos. A maior parte dos acidentes é causado pelo escorpião Tityus serrulatus e envolve, principalmente, crianças menores de 14 anos.
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Quadro clínico
Apesar de existirem várias espécies, a Tityus serrulatus é a de maior importância clínica, pois tende a ser mais grave do que os observados por outras espécies brasileiras. O principal sintoma é a dor local, que tende a ser muito intensa, porém, nos casos de acidentes graves a moderados, especialmente quando envolvem crianças, podem surgir outros sintomas, que podem ser:
- Sintomas gerais
Hiper ou hipotermia e sudorese intensa;
- Gastrointestinais
Náuseas, vômitos, aumento da quantidade de saliva (sialorréia) e nos casos mais graves, dor abdominal e diarreia;
- Cardiovasculares
Arritmias cardíacas, aumento ou diminuição da pressão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque;
- Respiratórios
Aumento da frequência respiratória, falta de ar e edema pulmonar agudo;
- Neurológicos
Sonolência ou agitação, confusão mental, hipertonia e tremores.
O que fazer
Em casos de picada é necessário que o socorrista tenha em mente que o veneno escopiônico ataca o sistema nervoso central e pode matar uma pessoa nas primeiras 24 horas, sendo, portanto, indispensável que algumas atitudes sejam tomadas com rapidez, especialmente quando a vítima for estruturalmente pequena, como uma criança.
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Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), nessas situações algumas medidas simples podem ajudar, como lavar bem o local da picada e aplicar compressas mornas para aliviar a dor. Entretanto, é indiscutível a necessidade de procurar o serviço médico mais próximo para ajuda especializada, a fim de que seja administrado o soro antiescorpiônico (SAEEs) por via endovenosa, em doses ajustadas de acordo com a gravidade da situação.
A dica é se prevenir e não deixar que crianças frequentem locais gramados sem estarem usando calçados apropriados. É preciso cuidado redobrado ao manipular pilhas de objetos deixados ao ar livre e usar luvas grossas em situações de risco.
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