Pesquisa descarta eficácia de métodos para repor nicotina contra o tabagismo

PUBLICIDADE
Imagem: (Foto Divulgação)

Gomas de mascar, adesivos e medicamentos nasais que restabelecem a nicotina no organismo não ajudam as pessoas a pararem de fumar em longo prazo em relação àqueles que encaram o vício por conta própria, segundo uma pesquisa recém-publicada.

A análise, realizada na Universidade de Harvard, acompanhou 787 voluntários que pararam de fumar recentemente e mostrou que, ao decorrer do tempo, cerca de um terço sofreu recaída, tanto no grupo que realizou a TRN (Terapia de Reposição da Nicotina) quanto no que deixou de fumar sem a ajuda de nenhum outro método.

“Este estudo demonstra que o uso de TRN não é mais eficaz em ajudar as pessoas a parar de fumar em longo prazo do que tentar parar por conta própria”, disse o principal autor do estudo, Hillel Alpert, cientista de Harvard.

PUBLICIDADE

Não só houve índices de recaída entre os que utilizaram TRN e aqueles que não utilizaram, como a pesquisa evidenciou que fumantes com elevada dependência que realizaram TRN sem a ajuda de uma terapia profissional indicaram ser duas vezes mais predispostos a sofrer recaída do que aqueles que não usaram.

“Isto pode indicar que alguns  altamente dependentes veem a fumantesTRN como um tipo de pílula ‘mágica’ e ao perceber que não é, se veem sem apoio em seus esforços de abandonar o vício, condenados ao fracasso”, destacou o estudo, publicado no periódico Tobacco Control.

Apesar de pesquisas realizadas anteriormente terem divulgado a eficácia da terapia, o último levantamento demonstra a fraqueza daqueles quando relacionados à situações reais da população, afirmaram os pesquisadores.

O estudo também apontou que poucas pessoas acompanham a indicação de empregar a terapia por oito semanas, e muitas preferem usá-la por períodos menores.

PUBLICIDADE

Desde que foram lançadas sem receita, em 1996, as vendas da TRN saltaram para US$ 800 milhões anualmente. E mais, a comercialização do medicamento prescrito atingiram o total de US$ 841 milhões em 2007.

Recursos públicos também amparam o tratamento para parar de fumar para americanos de baixa renda, com programas públicos de saúde (Medicaid) em 39 estados abonando um ou mais tipos de terapia em 2011 contra 17 estados no ano de seu lançamento.

PUBLICIDADE

Enquanto isso, as porcentagens de tabagismo nos EUA se equilibram em 20% da população nos últimos cinco anos, após um período sucessivo da queda.

“O que este estudo demonstra é a necessidade de a Food and Drug Administration (nr: FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) aprovar apenas medicamentos que tenham tido eficácia comprovada em auxiliar os fumantes no longo prazo e reduzir a nicotina a fim de diminuir a propensão à dependência causada pelo cigarro”, afirmou o co-autor do estudo, Gregory Connolly, diretor do Centro para Controle Global do Tanaco, da Universidade de Harvard.

PUBLICIDADE

Leia também:

Comentários fechados

Os comentários desse post foram encerrados.