Nasce primeiro bebê selecionado geneticamente para salvar irmã

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Maria Clara Reginato Cunha, nasceu para curar a irmã que sofre de talassemia major. (Foto Divulgação)

No último sábado (11), nasceu a primeira criança brasileira selecionada geneticamente em clínica para não transportar genes afetados e ser completamente compatível com  irmã. Maria Clara Reginato Cunha, nasceu para curar a irmã, Maria Vitória, de 5 anos, que lida desde os cinco meses, com transfusões de sangue a cada 21 dias e toma remédios todos os dias para diminuir o ferro no corpo.

A pequena sofre de talassemia major, uma doença delicadíssima no sangue que, caso não tratada corretamente, pode acarretar sérias consequências. As células-tronco obtidas no cordão umbilical de Maria Clara serão aproveitadas em um transplante de medula em Maria Vitória.

Segundo Vanderson Rocha, hematologista chefe de transplantes de medula óssea, que fará a cirurgia, a talessemia é uma doença genética hereditária. Para que um indivíduo apresente o problema, ele deve possuir os genes dos pais. Ela se distingue pela redução da quantia de hemoglobinas, que são as responsáveis por transportar o oxigênio presente no sangue.

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A doença pode vir a ser menor, isto é, mais controlada com sintomas fracos, ou major. “Nesse caso, que é mais grave, o doente precisa de transfusão sanguínea por toda a vida, a não ser que receba um transplante de medula, como irá acontecer com Maria Vitória dentro de alguns meses. Uma vez recebido o transplante, a pessoa com talassemia estará curada”, afirma o especialista. Sem o gene que causa a doença, a medula do indivíduo passará a produzir a hemoglobina normalmente.

Incidência

De acordo com Rocha, os casos de talassemia varia segundo o local, sendo mais corriqueiro entre brancos europeus sobretudo de nações como Grécia e Itália. No Brasil, calcula-se que entre 1% e 6% da população, dependendo da região, transporte pelo menos um gene da doença, o que basicamente significa que o indivíduo possui talassemia.

Segundo especialistas, o procedimento utilizado para encontrar os genes doentes e também a provável compatibilidade é o mesmo.   “A gente coleta uma única célula do embrião para fazer a análise molecular”, explica o médico, diretor da RDO Diagnósticos e responsável pela análise genética.

As chances de um casal produzir embriões que sejam compatíveis e não transportem o gene afetado são de somente  18%. E mais, a dificuldade de realizar o procedimento e a carência de profissionais nesse campo são alguns dos motivos que fazem a prática ser pouco utilizada. A primeira ocorrência de seleção de embrião 100% compatível no mundo ocorreu em 2004.

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