Morre Nelson Mandela: ícone na luta pela igualdade racial

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Morreu hoje, 05 de dezembro de 2014, aos 95 anos, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Mandiba, apelido do ex-presidente em seu país, estava internado desde o início de junho em um hospital em Pretória, em consequência de complicações de infecção pulmonar, doença que teve o quadro agravado durante o seu período de 27 anos passado na prisão.  Ele ficou internado em estado grave entre julho e setembro desse ano, vítima de uma infecção pulmonar. Desde de dezembro de 2012, Mandela não estava nada bem de saúde, sendo internado por 4 vezes nesse período.

Símbolo das lutas contra regimes de segregação racial, Nelson Mandela ficou preso por 27 anos. “Eu lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Eu cultivei o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. Este é um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas se for necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”, afirmou Mandela em uma de muitas das suas declarações.

Nelson Mandela foi o símbolo da luta pela igualdade racial (Imagem: Divulgação)

Figura querida e conhecida mundialmente, Nelson Mandela é um dos ícones mais significativos da luta contra o racismo e sua bandeira contra o ódio racial marcou tanto a história de seu país quanto a história mundial.

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Quem foi Nelson Mandela: biografia

Com nome de Rolihlahla Mandela, seu nascimento foi em 18 de julho de 1918, no vilarejo de Mvezo, região sul-africana de Transkei, que hoje é província de Cabo Oriental. O nome ‘Nelson” pelo qual ele é conhecido hoje foi dado por um professor da escola primária que começou a frequentar em 1925, para facilitar a comunicação.

Seu envolvimento com as questões raciais começou em em 1940, após ser expulso do ensino superior de Fort Hare. A expulsão se deu após ajudar a organizar um protesto contra a supremacia colonial branca no local onde estudava há um ano.

Em 1942, Mandela começa a participar de modo informal de reuniões do Congresso Nacional Africano (CNA), uma agrupação de oposição política ao regime vigente no país. Em 1944 ajudou na fundação da liga juvenil do CNA. Também foi o ano no qual se casou com sua primeira esposa, Evelyn Ntoko Mase, e com a qual teve quatro filhos.

Desde jovem, Nelson Mandela já tinha envolvimento na luta contra a segregação racial (Imagem: Divulgação)

Em 1948 o Partido Nacional (dominado por brancos de origem européia) vencem as eleições e impõem o regime conhecido como Apartheid (em africaner, significa “não fazer parte de algo), que foi um símbolo do segregacionismo e racismo do século XX. Em 1951, a CNA inicia a Defiance Campaign, na qual busca mobilizar a sociedade a lutar contra as leis que consideravam injustas, sendo a principal bandeira dessa luta o combate ao regime do Apartheid. Em 1952, Nelson Mandela foi preso, condenado por “violação da lei de Supressão do Comunismo”, mas teve a sentença suspensa.

Em 1957, Nelson de divorcia e casa com a segunda esposa, Nomzamo Winnie Madikizela, com quem teve duas filhas.

Em 1960, o CNA foi banido após um movimento opositor do Congresso Pan-Africano organizar um protesto para queimar livros de controle que impediam a presença de negros em determinadas áreas do distrito de Sharpeville. O movimento inicialmente pacífico acabou se tornando um confronto e as forças de segurança abriram fogo contra a multidão de manifestantes, deixando 69 mortos e 178 feridos. Após nove dias deste confronto, Mandela e outros acabaram presos.

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Em 1961, Nelson Mandela foi absolvido da prisão e deixou a África do Sul para buscar treinamento e apoio na Argélia, porém acabou preso um ano depois e condenado a uma pena de cinco anos na prisão, sob acusação de incentivar greves e viajar para o exterior sem autorização do governo. Já em 1964, foi novamente julgado – agora por sabotagem e conspiração para invasão da nação por outros países – e acabou condenado à prisão perpétua.

Nelson Mandela passou 27 anos preso devido à participações na luta contra o regime de Apartheid na África do Sul (Imagem: Divulgação)

Em 1985, rejeitou uma oferta de liberdade condicional feita pelo então presidente PW Botha, segundo a qual seria solto caso prometesse não incentivar a luta armada no país. Neste mesmo ano começaram seus problemas de saúde: foi operado da próstata e em 1988 foi diagnosticado com tuberculose.

Em 1990, o regime do Apartheid começa a dar sinais de abertura após diversas sanções econômicas. O CNA volta a ativa após ser autorizado pelo regime vigente e em 11 de fevereiro deste mesmo ano ele é finalmente libertado. Em 1991 ele é eleito presidente da CNA.

 A luta pela igualdade racial rendeu a Nelson Mandela e ao então presidente Frederik Willem de Klerk um prêmio Nobel da Paz, conquistado em 1993 pelos esforços conjuntos em reconciliar o povo sul-africano. Um ano depois, em 27 de abril de 1994, Mandela é eleito presidente, naquela que foi a primeira eleição multirracial do país. Neste ano, ocorreu o fim do apartheid.

Em 1993 Nelson Mandela conquistou o prêmio Nobel da Paz devido aos esforços para conciliar o país sul-africano (Imagem: Divulgação)

Em 1996, assinou a nova Constituição da África do Sul. Também neste ano, ele se divorcia, para se casar novamente em 1998 com Graça Machel.

Mandela terminou seu mandato presidencial em 1999 e entrega o país ao sucessor, Thabo Mbeki, também do CNA e vencedor das eleições.

Outros problemas de saúde vieram a tona em 2001, com o diagnóstico de câncer de próstata. Quatro anos depois, anuncia que está deixando a vida pública.

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