Médicos do Rio de Janeiro estão proibidos de realizar parto em casa

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Parto em casa é mais confortável, porém oferece riscos. (Foto:Divulgação)

Antigamente, realizar o parto em casa era algo normal, afinal, as mulheres desejavam dar a luz em seu próprio lar, com conforto e tranquilidade. Embora seja uma tradição antiga, este costume que envolve a intensa participação de uma parteira está com os dias contados.

Saiba mais: Parto humanizado – o que é

A participação de médicos em partos domiciliares está proibida

O Conselho Regional de Medicina do estado do Rio de Janeiro (Cremerj) proibiu a participação dos médicos obstetras nos partos realizados em casa. Caso o profissional da saúde não respeite a medida, ele poderá ser processado e até mesmo perder os direitos de exercer a sua profissão.

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A resolução, que entrou em vigor na última quinta-feira (19), também vetou a participação de parteiras e doulas nos partos realizados em ambientes hospitalares. Desta forma, somente médicos, enfermeiros e profissionais habilitados na área de saúde estão autorizados a participar dos procedimentos.

Com a nova medida, os médicos não poderão participar de partos domiciliares. (Foto:Divulgação)

Apesar de ser uma medida inédita no Brasil, os integrantes do Cremerj acreditam que este é um passo importante para alertar os perigos dos partos domiciliares. De acordo com o obstetra Luís Fernando Moraes, a resolução só reforça aquilo que o Código de Ética já diz sobre a participação de médicos em partos realizados em casa. Ele também afirma que as mulheres não precisam se submeter a este risco desnecessário, pois a medicina está evoluindo para atendê-las e evitar qualquer situação grave na hora de dar a luz.

Apenas 2% de todos os nascimentos no Brasil acontecem através de partos domiciliares e, mesmo com um índice baixo, os profissionais da saúde alegam que estas condições são extremamente arriscadas. Outro fator que pode servir de incentivo para um retrocesso na forma de dar a luz é o comportamento de algumas celebridades, como Gisele Bündchen, que optou pelo parto domiciliar.

Impasse

O Coren-RJ defende o direito da mulher escolher onde seu filho vai nascer. (Foto:Divulgação)

O Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) está adotando uma postura contra a proibição de partos domiciliares no estado. Os enfermeiros alegam que a medida interfere no direito da mulher em decidir aonde o seu filho nascerá. Para Pedro de Jesus Silva, presidente do Coren-RJ, o nascimento em casa deve ser vetado apenas quando se trata de uma gravidez de risco, caso contrário não deve existir restrições, pois é um processo natural e não uma doença. Os riscos existem, mas serão ainda maiores sem a participação de uma equipe médica no parto domiciliar.

Veja também: Conheça os diferentes tipos de partos

Riscos do parto em casa

O parto em casa pode ser até mais confortável e ‘humanizado’, mas oferece diversos riscos para mãe e filho. Entre as complicações possíveis que afetam a saúde da mulher estão às causas de hemorragias, como a retenção da placenta, a ruptura uterina ou do colo e a atonia uterina. Já para o bebê, o maior risco é a falta de oxigenação, que pode até desencadear uma paralisia cerebral.  Nos hospitais, que possuem profissionais capacitados e alas equipadas, as complicações são controladas com mais facilidade.

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