O Ministério da Saúde apresentou uma proposta que espera trazer médicos estrangeiros para o Brasil com mais facilidade. O Conselho Federal de Medicina (CFM), no entanto, divulgou uma nota condenando a medida.
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Vinda de médicos estrangeiros para o Brasil
De acordo com Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores, o Brasil está negociando com Cuba um acordo para trazer 6 mil médicos do país para o Brasil. A intenção é melhorar o atendimento da saúde pública e oferecer assistência às regiões brasileiras mais pobres.
Segundo a nova proposta, os médicos cubanos poderão trabalhar no Brasil sem a necessidade de prestar o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida).
O Governo afirma que a contratação de médicos cubanos no Brasil não pode ser vista como tabu. Segundo Alexandre Padilha, a prática é bastante comum em outros países, como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, já se posicionou a favor da vinda de profissionais estrangeiros ao Brasil.
O Itamaraty ainda não fez uma previsão para a chegada dos médicos cubanos ao Brasil.
Problemas da vinda de médicos estrangeiros
O Conselho Federal de Medicina condena qualquer entrada irresponsável de médicos estrangeiros no Brasil. A entidade tentará, inclusive, medidas jurídicas cabíveis para impedir a livre atuação dos profissionais cubanos.
O CFM acredita que a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil é ineficaz, pois muitos destes profissionais migram para os grandes centros após um período de atuação nas áreas pobres. O Conselho acredita que o Ministério da Saúde deveria investir em um plano de carreira pública para os médicos do SUS e valorizá-los.
Outra contestação do Conselho Federal de Medicina é que a formação estrangeira pode não está à altura para dar conta dos problemas de saúde da população. A falta de revalidação do diploma também levanta a dúvida sobre a qualidade da formação.
De acordo com o CFM, o que o Brasil precisa é de médicos bem formados, bem avaliados e preparados para o trabalho. O Conselho ainda expõe a importância de valorizar os profissionais do próprio país e não simplesmente exportar mão-de-obra.
A falta de médicos não é o único problema do Brasil. Na verdade, a questão é estrutural, pois faltam recursos para que os profissionais da saúde possam realizar o trabalho. O que afasta os médicos das regiões pobres é a falta de equipamentos para fazer o diagnóstico.
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