O mecânico Marcelo Rodrigo Gioria, 28, morreu na noite desta quarta-feira (9), no Hospital Netto Campello, em Sertãozinho, depois de aguardar mais de 40 horas por uma vaga na fila de inflamados do HU-UE (Hospital das Clínicas Unidade de Emergência) de Ribeira Preto, São Paulo.
Membros da família do mecânico ficaram revoltados com o ocorrido. “Vaga só tem para quem tem dinheiro. Para os pobres, não tem”, disse Roberto Aparecido Giora, pai de Marcelo.
De acordo com informações do Hospital Netto Campello, a morte do mecânico foi consequência de uma parada cardiorrespitória. O copo foi levao do IML (Instituto Médico Legal) e o laudo deverá ficar pronto em até 30 dias.
O médico Henrique Tardelli, da esfera de queimados do HC-UE, confirmou a lotação do local, porém advertiu que “ao surgir a vaga, o paciente não apresentava condições para remoção”, disse, em nota. A ala de queimados do hospital possui 12 leitos, dois deles usadas como UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Em nota, o DRS XIII (Departamento Regional de Saúde de Ribeirao Preto) divulgou que estava tomando todas as providências para que a vítima fosse deslocada assim que seu quadro clínico melhorasse. Para o HC-UE ou a hospitais em Catanduva ou Bauru.
O mecânico lidou com queimaduras em 80% do corpo ao tentar socorrer seu enteado, de três anos de idade de um incêndio em sua casa, no bairro Cohab 3. O fogo começou no início da tarde desta segunda (7). Crendo que a criança ainda estava no interior da residência coberta por chamas, Marcelo voltou ao local, onde saiu gravemente machucado.
Além do enteado, Marcelo possui uma filha de oito meses. O enterro ocorreu ontem, às 18h, no cemitério municipal de Sertãozinho. Os membros da família analisam a possibilidade de entrar com uma ação contra o Estado por deficiência do atendimento médico do hospital. A polícia local, deve abrir uma investigação para apurar a morte do mecânico.
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