Folia 2016: Histórias e Letras dos Sambas

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Já foram definidas as histórias que as escolas de samba de São Paulo irão contar durante a passagem pelo Sambódromo e sobre essa Folia 2016: Histórias e Letras dos Sambas é que vamos falar hoje. No ano de 2016 os temas estão bastante diversificados. Alguns motivos parecem muito sérios para a festa, mas são cantados sempre com alegria e leveza, para animar as arquibancadas. Com todas as composições já selecionadas, a missão de cada folião agora é decorar a letra para não fazer feio no Sambódromo.

Folia 2016 Histórias e Letras dos Sambas (Foto: Exame/Abril)
Folia 2016 Histórias e Letras dos Sambas (Foto: Exame/Abril)

Folia 2016: Histórias e Letras dos Sambas

Separamos então os enredos da Folia 2016: Histórias e Letras dos Sambas para você já entrar no clima. Além de ler, vocÊ pode ainda imprimir e até fazer uma rápida busca no site de cada escola para ouvir o áudio de cada uma e ir acompanhando com a leitura. Garanto que muita gente não vai ficar parado, pois além de histórias bonitas, o ritmo de carnaval não deixe ninguém quieto e parado. Além dos enredos aqui, você pode conferir várias novidades no site oficial do evento, clicando aqui.

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Principais escolas

VAI-VAI

Mon Amour
A voz do povo é quem diz

Sou raça sou raiz
Há tantos carnavais
Je Suis Vai Vai (Eu sou Criolé…)

Nas cores da França feliz
Eu viajei
Na luz sedução de Paris
Me encantei
Das lendas à Revolução
De Luizes a Napoleão
Liberdade, igualdade, fraternidade
O grito do povo ecoou
Exaltei em samba a capital da moda
A torre Eiffel é majestosa
No Louvre obras imortais

(Bis)

Doce Perfume no ar envolve avenida
Salve a Belle Époque e seus musicais
As danças nos cabarés, sabores, orgia
Loucura verde pra brincar o carnaval (ôôô)

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Laço de amor uniu duas nações
Garraux virou paixão, virou mania
Alan Kardec é luz e encanto
É energia em preto e branco
Arte moderna, paulicéia desvairada
E champagne pra comemorar
(vem brindar amor…)

Prepare-se para a emoção do carnaval  (Foto: Exame/Abril)
Prepare-se para a emoção do carnaval (Foto: Exame/Abril)

GAVIÕES DA FIEL

Oh! Meu pai nosso senhor
o criador do universo
no céu orvalhado de estrelas a brilhar
explosão de cores pelo ar
um mar de felicidade
fantástico? A metamorfose da vida
brincar de deus, remodelar a natureza
dar asas a imaginação
ver a luz na escuridão
sendo criador ou criatura

O medo invade faz arrepiar
mistérios e lendas pairando no ar
na mente um filme sobrenatural
ao fechar os olhos se torna real

Viajei, fui além do infinito
mergulhei na arte de um sonho colorido
nos contos posso ser o impossível
da tela personagens encontrei
na magia da história eu voei? Voei, voei
semeando o amor pra colher a paz
com fé e união o laço não se desfaz
na mais perfeita harmonia
a vida se refaz!

Sou gavião no corpo e na alma
vem da arquibancada a minha raiz
fantástico é ser fiel
e nesse meu país
alvinegro é mais feliz

Outras escolas

Confira as informações do carnaval que separamos para você que quer curtir a data  (Foto: Exame/Abril)
Confira as informações do carnaval que separamos para você que quer curtir a data (Foto: Exame/Abril)

LEANDRO DE ITAQUERA

Axé Leandro…O Tambor Vai Ecoar
Gira Baiana, Itaquera É Meu Lugar

Mulheres Guerreiras
Do Sopro Da Vida À Inspiração
São Candacês, Rainhas De Fé
A Coragem Na Pele E Na Cor
Trouxe O Branco Em Explendor
E Na Bahia Lutam Pela Liberdade
São Guardiãs Da Cultura Popular
Água De Cheiro Vai Seguindo À Procissão
Para Nos Abençoar Vem A Purificação

Ê…Capoeira, Levanta Poeira
Dá Um Salto No Ar
Toca Viola, Entra Na Roda
Deixa O Meu Povo Sambar

Õôôô…Roda Baiana Que O Batuque Começou
Eles Vem Da Gambôa, Descendo O Cais
No Quintal De Ciata, O Samba Se Faz
Então…Seu Centenário Exaltar
E Assim…Pelo Telefone Revelar
Me Diz Aí O Que A Baiana Tem
Clara Guerreira Fez Do Canto Oração
No Pavilhão Da Pioneira Eternizada
E Lá No Céu Uma Estrela Da Morada

Zona Leste Guerreira, É Swing Na Veia
É Raça, É Raiz, É Tradição
Minha Vermelho E Branco Incendeia
Eu Sou Leão!

MANCHA VERDE

Lá vem a Mancha Verde!
Querida pelo seu povo, orgulho sem igual,
fazendo da cor do seu manto, a inspiração para esse carnaval.
Voa imaginação e nos leve para o centro do país,
onde o povo é mais feliz, tem origem e raiz,
um santuário de beleza, obra-prima da natureza,
em que o misticismo faz parte da história
e as lendas e costumes são preservados na memória
de quem tem o prazer de conhecer essa terra de magia
e que hoje, quem diria, tem como fórmula de sucesso,
a mistura perfeita entre a tradição e o progresso.
Por isso, abram alas…
Pois a minha escola hoje é um pantanal de belezas mil,
é “Mato Grosso, uma mancha verde no coração do Brasil!”

DESENVOLVIMENTO:

1º SETOR:

Matogrossense legítimo e criado na região,
é chamado por aqui de “chapa e cruz”, o verdadeiro filho desse chão,
que carrega na sua mente, muitas histórias desse lugar,
algumas bastante conhecidas e outras difíceis de acreditar.
Afinal, alguém consegue explicar,
como na Chapada dos Guimarães, ainda hoje podemos encontrar,
conchas e outros elementos comuns no fundo do mar?
Dizem que há milhões de anos, a região passou por uma metamorfose radical,
geleira virou deserto e depois uma floresta tropical.
Hoje, o verde aqui predomina seja em qual canto for,
ervas, arbustos e plantas são presentes do criador.
Se a flora os olhos encanta, a fauna não fica atrás,
o céu, as águas e as matas abrigam uma infinidade de animais.
Do seu solo sagrado nasceu uma exuberante vegetação,
terra vermelha e fértil, é a vida que brota do chão.
Se não bastasse a beleza, sua natureza nos reserva surpresas maravilhosas,
reluzentes diamantes e outras pedras preciosas.
Água em abundância, cenário encantador,
uma infinidade de peixes, que contemplam a vida e sustentam o pescador.
Vejo ao longe uma chalana e ao fundo o sol se por,
inspiração para violeiros e poetas e suas rimas de amor.
E por falar nas águas do Pantanal e suas histórias…
Continuo com essa prosa, falando de uma lenda famosa
que passou por geração em geração,
há quem fale que é verdade e outros, fruto da imaginação.
Dizem que num passado distante, toda região foi coberta por um oceano gigante,
que com o tempo foi secando, sobrando somente uma área alagada
e pequenas baias formadas por água salgada.
Este local, de ”o mar de Xarayés” foi batizado,
em homenagem a uma antiga tribo que aqui havia habitado.
Exímios ceramistas e pescadores,
foram extintos devido a maldade dos espanhóis invasores.
Porém, na mente do pantaneiro a história não está morta,
se é verdade ou mentira, isso pouco importa,
o que vale é que a lenda do mar de Xarayés continua intrigante…
Será mesmo que as águas e peixes do Pantanal, vão para outros oceanos
através de um arco-íris brilhante?

2º SETOR:

A natureza nos presenteia com uma cena de deixar qualquer um emocionado,
como é lindo ver milhares de borboletas multicoloridas e seu bailado,
cartão de visitas para quem chega ao Pantanal,
deixando a certeza de que se o paraíso existe, aqui é seu quintal.
Vejo uma infinidade de pássaros rasgando o céu em revoada,
com seu canto que encanta, é fantástico o entardecer com a passarada.
Quando chega à noite, conversar em volta da fogueira é uma tradição,
entre histórias e canções, são relatados contos de pura emoção,
como a lenda de uma jovem índia que desejava a Deusa Lua Jaci encontrar,
para que ela a transformasse em estrela e no céu pudesse brilhar.
Certo dia, ao descansar na beira de um lago, a imagem da lua refletida enxergou,
cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo do rio e se afogou.
Jaci, comovida pelo ocorrido, seu esforço resolveu compensar,
numa estrela diferente de todas as outras, decidiu a índia transformar.
Fez dela uma estrela das águas, de beleza sem igual,
surge assim, a vitória-régia do Pantanal.
A região seca do cerrado, foi o cenário de um período de grande tribulação,
pessoas vindas de todas as partes, foram atraídas pela cobiça e ambição,
cegos pela febre do ouro,
devastaram parte da natureza, este sim o verdadeiro tesouro.
No meio da mata construíram uma cidade, Vila Bela da Santíssima Trindade,
que se destacou no período da colonização,
principalmente com a chegada de negros vindos da África para a escravidão,
trabalharam duro no garimpo, até que as jazidas se esgotaram,
os garimpeiros foram para outro lugar e os escravos abandonaram,
conseguiram abrigo numa região inóspita e isolada, no Vale do Guaporé, fizeram morada.
Por mais de dois séculos mostraram coragem e bravura,
venceram doenças, invasões e o isolamento e mesmo assim preservaram sua cultura.

3º SETOR:

Alto Xingú, morada do índio, o gigante guerreiro,
área preservada graças a perseverança de um sertanista forasteiro,
que lutou pela criação de uma reserva, onde os nativos tivessem paz,
caçando, pescando, vivendo de acordo com seus costumes, cultura, leis e nada mais.
Que comece o ritual!
O Quarup, a dança dos espíritos, é a crença da alma imortal,
por isso, todas as tribos evocam Mavutsinim, o deus da criação
para que receba em sua morada, esse grande protetor, para muitos um irmão,
de bondade sem igual, Orlando Villas Boas, o “cacique branco do Pantanal”.
No Araguaia, o misticismo faz parte do imaginário de cada morador,
dizem que uma misteriosa civilização vive embaixo da terra, em plena Serra do Roncador.
Toque o berrante boiadeiro, pois é chegado a hora de anunciar,
que o cortejo dos verdadeiros brasileiros vai passar,
violeiros e colonos, agricultores e pescadores, esse aqui é seu lugar!
No Mato Grosso dos dias atuais, um segmento merece atenção,
o eco-turismo é uma atividade em franca ascensão.
Seja escalando uma montanha, seguindo uma trilha ou dando um mergulho,
o uso consciente dessa exuberante natureza é motivo de orgulho.
Deus abençoou este chão com um solo fértil, símbolo de fartura
e hoje o que move a economia do estado é a agricultura.
O cultivo de grãos sinaliza para um futuro promissor,
milho, arroz, feijão, Mato Grosso é potência, estado exportador.
O plantio da soja em larga escala, gera divisas, trás o progresso,
porém, opiniões divididas contestam esse sucesso.
Muitos comemoram os benefícios econômicos trazidos por esse grão
e outros fazem a seguinte indagação…
Vale a pena em nome da modernidade, queimadas, poluição e tanta devastação?

CONCLUSÃO:

Falar dessa terra, é falar de cultura, crença e tradição,
natureza exuberante, riqueza que brota do chão,
é chegar a uma conclusão que me deixa feliz,
se o Brasil alimenta o mundo, Mato Grosso é sua raiz.

Que abram as porteiras do Anhembi, pois a comitiva Mancha Verde vai passar,
com sua comunidade vibrante que não para de cantar
e a bateria Puro Balanço que faz a pele arrepiar.
E hoje, com muito orgulho leva para a avenida um pedaço do Pantanal,
pois é Mato Grosso o enredo do meu carnaval!

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Mais Enredos

Quem pode e já curtiu os desfiles de perto sabe que é emocionante  (Foto: Exame/Abril)
Quem pode e já curtiu os desfiles de perto sabe que é emocionante (Foto: Exame/Abril)

UNIDOS DE VILA MARIA

Vem ver
No horizonte o sol vai despertar
Em cada canto vejo florescer
Obra prima da mãe natureza
O azul do mar, revelando encantos e magia
“Ilha das maravilhas”
Terra onde canta o tangará
E o índio bateu o tambor . . . Ôô
Reverenciando ancestrais
Matas, rios e cascatas adorou
As riquezas naturais

E no balanço das ondas . . . Mareia
Tem reza forte tem . . . Na aldeia . . . Clareia
Salve o sincretismo na religião
Oxóssi é São Sebastião

Desafiando a emoção
Piratas aventureiros
Lendas, mistérios e sedução
Em busca do ouro a ambição
Vai e vem da maré….sinfonia no ar
Tantas histórias pra contar
Você o meu paraíso em aquarela
A grande capital da vela. . . Ilhabela
Dona das mais lindas cachoeiras
Deságua na cadência do meu samba
E nesse carnaval
Torna o meu sonho real

É você minha Vila o meu grande amor
Paixão pra vida inteira
A mais famosa . . . É ela
Vila Maria canta Ilhabela

X-9 PAULISTANA

Ecoou… O rufar do meu tambor
“Do amor de Iaça ao esplendor de Belém do Pará”
Lugar de rara beleza
Encantos da mãe natureza
Onde a velha sábia revelou
O sacrifício que a tribo suplantou
Índia tão bela, sua lágrima o fruto fez brotar
Do solo sagrado brasileiro
Correu o mundo e tem história pra contar

O povo Tupinambá foi o primeiro a provar
E fez a festa na aldeia
É canto e devoção, somos todos irmãos
Sangue cabano tá na veia

As margens do rio, mercado popular
Destaque na cor e no seu paladar
Dela tudo se aproveita, árvore sagrada
Culto de mina-nagô
Ôôô, saúde e bem estar
Ôôô, pra revitalizar
Na procissão de fé do Círio de Nazaré
Hoje clamo em oração
Oh! Virgem santa, abençoai meu pavilhão
São quatrocentos anos guardados no coração

X-9 é amor verdadeiro
Sempre em primeiro lugar
A “energia” do meu samba vem aí
Tá na boca o sabor do açaí

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