Refluxo gastroesofágico é o retorno de conteúdo estomacal – naturalmente ácido, para o esôfago, levando ao desagradável quadro clínico de azia. Aprenda aqui como se livrar desse incômodo.
O refluxo gastroesofágico é a mais frequente doença do sistema digestório e uma das mais comuns na prática médica. É uma doença crônica (com o tempo de evolução e resolução mais prolongados, onde os sintomas existem continuamente, resultando em grande desconforto). O mal estar gerado é resultado do fluxo retrógrado do conteúdo ácido presente no estômago para o esôfago, o que mais comumente leva ao aparecimento de sintomas esofagianos, mas que também pode ter manifestações extraesofagianas.
Apesar de relativamente simples na maioria dos casos, o diagnóstico deve ser feito pelo médico através da história clínica, que pode ser acompanhada de exames complementares como a endoscopia, pHmetria de 24 horas ou exame radiológico de esôfago. A ausência de sintomas típicos não exclui a hipótese diagnóstica dessa doença, uma vez que outras manifestações relacionadas ao refluxo gastroesofágico têm sido consideradas como manifestações atípicas.
As principais manifestações são:
- Regurgitação de conteúdo ácido – refluxo de conteúdo estomacal que se é sentido na boca, causando sensação de azedume e amargor. Não se relaciona com náuseas e vômitos;
- Rouquidão, pigarro e tosse;
- Azia, que tem o nome técnico de pirose – sensação de queimação entre o queixo e o estômago, que é sentida por trás do osso presente no meio do peito (o esterno). É o sintoma mais comum.
As principais manifestações atípicas são:
- Dor no peito, semelhante à doença coronariana, mas sem evidência dessa enfermidade;
- Asma, tosse crônica ou com expectoração de sangue;
- Pneumonia de repetição;
- Sinusite crônica e otalgia;
- Desgaste do esmalte dentário, mau hálito e aftas.
A intensidade e a frequência dos sintomas apresentados estão fracamente relacionados com a gravidade do quadro, diferentemente do tempo de duração dos sintomas, que está associado a risco de desenvolvimento de outras comorbidades.
A abordagem terapêutica farmacológica é importante, mas deve sempre ser acompanhada de medidas comportamentais, que são essenciais para o tratamento efetivo dessa doença.
As principais medidas comportamentais são:
- Elevação da cabeceira da cama em cerca de 15 cm – uma dica é usar blocos de tijolo para conseguir a altura necessária);
- Diminuir o uso de alimentos gordurosos, ácidos (como sucos cítricos), café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos a base de tomate e chocolate;
- Evitar deitar-se antes de duas horas após a última alimentação;
- Evitar tomar líquido antes de se deitar;
- Diminuir o volume das refeições – uma dica para não sentir fome é aumentar a frequência, mas diminuir o intervalo entre as refeições.
Comentários fechados
Os comentários desse post foram encerrados.