O ser humano é capaz de adotar as mais diferentes posturas frente a situações de estresse extremo, e a utilização de mecanismos de defesa para compensar perdas importantes pode ser algo muito perigoso, capaz de provocar sérias consequências se não tratado a tempo. Saiba mais sobre a “culpa do sobrevivente”, um fenômeno bastante comum e que pode levar ao suicídio.
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O que é a “culpa do sobrevivente”
Esse fenômeno já foi tema de vários livros e filmes. O termo foi criado durante a segunda guerra mundial, onde os soldados viam seus familiares e amigos morrendo nos conflitos e ficavam se perguntando “por que sobrevivi?”.
Não é incomum que, mediante tragédias familiares, as pessoas que conseguiram escapar da morte, mas perderam entes queridos, fiquem se perguntando onde erraram. A culpa é um sentimento comum nesses casos e deve ser encarada como algo natural. Entretanto, dependendo das situações que envolvem a perda, esse sentimento pode chegar a níveis tão excessivos que se torna perigoso.
Acompanhando a dor do luto e toda essa culpa exagerada, existem outros sentimentos muito negativos, como a vergonha frente outras pessoas, a revolta pela situação e a raiva por não poder mudar os fatos. A soma de todos esses fatores propicia um estado depressivo e autodestrutivo, onde não é incomum as pessoas se suicidarem. Por essa razão a “culpa do sobrevivente” pode ser considerada uma urgência psiquiátrica.
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Crenças irreais
De acordo com os psiquiatras, a causa de todo o problema são as crenças irreais, desenvolvidas por muitas das vítimas de acidentes. Enquanto na morte por doença existe, de certa forma, tempo para as pessoas envolvidas se prepararem para o pior momento, a morte inesperada por acidente é algo que não permite qualquer tipo de preparo. Por isso, os sobreviventes deveriam entender que, se conseguiram se salvar, é porque foram capazes de vencer uma ameaça e são tão vítimas da situação quanto os outros envolvidos.
Como combater o problema
É muito importante que os familiares e amigos de sobreviventes ofereçam apoio e se mantenham por perto, de forma a identificar os primeiros sinais do problema, manifesto como uma postura depressiva e frases do tipo “Não deveria ter deixado meu filho sair” ou “Eu deveria ter morrido com eles ou no lugar deles”.
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A melhor coisa a se fazer é encorajar a pessoa a procurar auxílio profissional de um psiquiatra, para que aprendam a lidar com toda a ansiedade e medo, encontrando explicações para a dor e, finalmente, se livrando da culpa. Além do acompanhamento médico, sessões de terapia psicológica e até mesmo conforto espiritual podem ajudar a superar mais rapidamente a situação.
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